Aug 8, 2006

Apenas mais uma de amor

- Eu nem o conheço, mas pelo que você me passa, dá a impressão que ele tem medo dos nomes. Dos nomes que as coisas vão tomando com o tempo e a "tragédia" que isso vai acarretar pra ele.

Era algo assim:

Quando estavam juntos, era só alegria. Gargalhadas soltas e perdidas no ar, como duas crianças felizes em um dia de sol. Andavam pelas ruas, ora caminhando, ora meio correndo, ora meio pulando, tamanha felicidade. Nem sempre de mãos dadas, mas quando seus corpos se tocavam, mesmo sem querer, tudo ao redor faiscava.

Era óbvio e evidente o que havia entre os dois. Não é todo dia que se encontra algo assim. E eles decidiram, juntos, arriscar. De início, como todo início, não havia nomes, rótulos, essas coisas que a sociedade nos impõe. Mas veio naturalmente.

Ela não se abalou, mas não sabia o quanto aquilo havia mexido com ele. Estabelecer aquele nome só para demonstrar o quanto está feliz com ela? Era demais para sua cabeça e tudo começou a desmoronar.

De repente, nada mais fazia sentido para ele. Estar com ela era muita responsabilidade, por mais divertido que fosse. Ele passara a se sentir sufocado, aflito, apreensivo. Tudo por causa de um rótulo besta.

Ah, se ela soubesse...ela não fazia questão disso tudo: bastava estar com ele e ela estaria feliz. Eles eram felizes, ela sabia, ele sabia. Mas não soube como reagir ao pânico que tomou conta dele.

E assim, o que eram faíscas, tornaram-se choques, afastando-os cada vez mais.

Ah, se ele soubesse que nada disso era necessário para eles continuarem sendo felizes...se ele soubesse que ela jamais iria querer tirar sua liberdade, tê-lo só para ela; se ele soubesse que ela apenas queria participar um pouquinho mais do seu mundo. Apenas isso.

Se ele soubesse que o medo de ser sincero de ambas as partes poderia ter ajudado muito mais, se ambos tivessem sido sinceros; se ele soubesse que ela confiava nele e que não queria controlá-lo, apenas saber notícias e que ele passasse a certeza - da maneira que fosse - que aqueles momentos eram dele e que ele precisava deles e só, mas que estava tudo bem, que ela não precisava se preocupar.

Ah...se ele soubesse que ela estaria disposta a conversar sobre tudo isso, sendo sincera como talvez nunca tenha sido com ele, desde que ele também fosse, e eles resolvessem isso tudo.

Porque, apesar de tudo, apesar das diferenças, ela ainda acha que é ele.

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