Aug 8, 2006

PáPáPá...

Você não faz idéia; não, não faz. Não adianta você chegar para mim e dizer que se preocupa e que quer saber como eu estou e pápápá.

Você não faz idéia de como eu passei a semana inteira, aliás, meses inteiros, já cogitando a possibilidade desse encontro. Eu estava com medo, nervosa, apreensiva. Não sabia como ia reagir, mas provavelmente não iria ser a pessoa mais agradável do mundo. Se duvidasse, eu gritava a boa e velha HOSTILIDAAAAADE na tua cara.

Mas não, você foi sozinho. Que bom, que lindo gesto. Fiquei feliz, de verdade. Acredite ou não. Estava tudo relativamente bem, até você resolver vir conversar comigo.

Sabe o que eu acho agora? Que você queria uma massagem no ego, daquelas bem grandes, porque, no fim das contas, foi isso o que você recebeu. O pretexto da conversa era saber como eu estava, mas isso acabou sendo 10 % (e olha que estou otimizando) do que conversamos. Acabou caindo nos velhos assuntos de sempre.

E eu não sou louca. Estou quase lá, mas ainda não sou. Eu vi nos seus olhos o modo como você me olhou e vi que não que não era só físico, que não era pena, que não era apenas preocupação. Era mais.

Eu não sei o que acontece com você e estou para ficar louca tentando entender. Não sei, não sei.

Você não cortava as minhas diretas – é, assumo, diretas mesmo, que era pra deixar bem claro o que eu sinto – e ainda por cima as alimentava. Falou e falou sobre vocês – completamente desnecessário e totalmente fora do foco da conversa. Aliás, se você parar para pensar, era só não ter falado, ou ter falado o mínimo possível. Mas não, você tomou o cuidado de não falar os pontos positivos e, apesar de não ter falado pontos negativos em si, acabou falando de coisas estranhas sobre vocês. Pelo menos para mim é um comportamento estranho. Ainda mais nessa fase que vocês estão agora.

E eu repetia e repetia o que sentia por você e você não me cortava, simplesmente não me cortava. Por que você fez isso?Me diz.

Eu só vejo duas saídas: ou você não sabe o que quer, está confuso, etc e tal - e se for, pelo amor de Deus, me diga, porque eu não sou adivinha – ou você queria apenas massagear seu ego.

Ouvir de mim que eu ainda estou aqui. Porque por mais forte que eu tenha tentado ser, não sou de ferro. E as palavras começavam a sair da minha boca, sem controle. Ouvir que eu sinto falta, que eu sinto saudades, que você é especial e único e o melhor: que eu ainda não te esqueci.

Eu adoraria ouvir isso de alguém, você não?Não sejamos hipócritas, não é mesmo?Uma injeção no ego sempre faz bem a todos nós.

E teve a questão da posse também. Você não quer estar comigo realmente, mas também não quer ter certeza que me perdeu. Quer ter a certeza que eu ainda estou ali. E eu, besta, ainda estou. Fico puta com isso, tem outra palavra não.

Se antes eu já estava sentindo vontade/necessidade de conversar com você, imagina agora.
Você reapareceu da pior forma possível – como um furacão. Veio, falou, falou, me abraçou, jogou um monte de palavras soltas em cima de mim e foi embora, prometendo uma conversa que, acredito, não existirá.

Se o que você queria, única e exclusivamente, era garantir que vamos agir como duas pessoas maduras quando nos encontrarmos, não se preocupe. Acho que você pôde perceber que eu já consigo fazer isso, sim. E consegui sozinha. Sem a ajuda de ninguém. Não sou tão fraca quanto vocês todos imaginam. Estou apenas numa fase ruim, muito ruim.

Então, realmente, não temos mais nada a conversar: você já está com o ego massageado e tem certeza que não haverá uma louca na sua vida – uma louca que nem faz muita diferença pra você, mas que se preocupa com futuras atitudes. Don´t. Eu não vou fazer nada, como não tenho feito até agora.

Agora, se você quer conversar comigo, pura e simplesmente pelo fato de querer e gostar de conversar comigo, estou aqui. Disposta a conversar. Mas não para ser usada, não para preencher mais um buraco na sua vida. Converso o dia inteiro se você quiser. Dias e noites inteiras, certeza que não faltará assunto. Acho que você é quem teria medo de passar tanto tempo comigo. Enfim.

Só me faça um favor: veja bem o que você quer antes de, algum dia, me procurar. Se é que você ainda vai fazer isso.

1 Comment:

  1. Asgardiano said...
    Não seja agradável somente por convenção.
    Como diria a maestral Karen Walker
    Honey, don't!!!

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