Aug 4, 2006

Resignação...

Ela estava sentada, tentando apenas descansar - malditos saltos - quando começou a tocar uma certa música, uma música que ela detestava, mas de certa forma aprendera a amar, por amor a ele. E ela simplesmente não conseguiu se conter, mais uma vez: correu para o banheiro, se trancou e caiu no choro.

Ficou lá um tempão, pensando, chorando e tentando entender o motivo de aquilo ainda lhe doer tanto. "É uma merda, mesmo!", pensou.

Ouviu algumas pessoas gritarem seu nome, mas não respondeu aos chamados. Precisava chorar, precisava botar pra fora tudo aquilo que estava lhe fazendo mal naquele momento.

A questão era: por que ouvir aquela simples música ainda lhe doía tanto? Porque ela ainda o amava. Ok, talvez ela não o amasse mais realmente, tipo homem-mulher, mas ainda nutria fortes sentimentos por ele. Primeira questão resolvida, pensou.

Mas e por quê, após tanto tempo, ela ainda sentia isso tudo, meu Deus? Eles nem combinavam em nada. Eram o oposto um do outro. Isso não significava, claro, que não tivessem o que conversar.

Muito pelo contrário:nunca lhes faltou assunto. Talvez tivessem assunto até demais e se davam tão bem, mas tão bem, que nunca lhes passou pela cabeça vir a ter qualquer tipo de coisa que não amizade. E acabou que deu no que deu.

Uma coisa leva à outra e a amizade virou romance, dos mais bonitos,até. Eles passavam grande parte do tempo rindo, mas o fato de se conhecerem tão bem atrapalhou muito, por demais até. Eles se divertiam sozinhos, não precisavam de ninguém. Cheios de piadinhas internas, brincadeiras só deles, momentos únicos, gargalhadas espontâneas e infantis, lindas elas.

Mas ela era ciumenta e desconfiada - com razão, depois de tudo o que já tinha ouvido. E eles não tinham coragem de dizer tudo um pro outro, para “evitar a fadiga”, o que acabou atrapalhando também, mas certamente não foi a causa. E isso até hoje ela não entende.

Resta-lhe apenas a resignação. Porque, do contrário, ela pira. E para isso acontecer, basta um estalar de dedos, dadas as circunstâncias. Como ela ouviu um dia desses “estou à beira de um colapso nervoso”.

Sua vontade maior, sem exageros? Se isolar do mundo por uns tempos. Mas sabe que isso não vai resolver nada, apenas adiar. E ela simplesmente não aguenta mais, ela quer resolver tudo e ficar bem de novo.


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