Sep 5, 2006

Faz 1 ano.

Não é precisa essa data, até porque quando tudo começou a acontecer, eu não sabia o que era ainda. Mas fica, então, a partir de hoje, estabelecido que hoje faz 1 ano, simplesmente porque hoje estou com vontade de escrever sobre isso.

É como se meu ano estivesse terminando agora, e talvez por isso eu ande pensando tanto nas minhas atitudes e nas atitudes dos outros nos últimos tempos. Como a gente faz no fim do ano, sabe? E o meu tá terminando agora, assim espero. Ao menos o ano que se refere à essa época de minha vida.

Estou aniversariando, como diria um certo amigo meu. E vejo que não fiz muita coisa. O ano foi difícil, de vacas magras, se eu estivesse me referindo à economia do país ou
à minha situação econômica (que também não anda lá essas coisas todas!). Um ano se passou e nada.

Não estudei, passei a detestar ainda mais o meu curso, entrei em crise existencial sobre o que fazer da minha vida, terminei um namoro que até hoje não entendo porquê começou, porquê terminou e porquê ainda sinto tudo o que eu sinto. Nem sei definir o que é, de tanto tempo que faz.

Não conheci ninguém que me fizesse cair de amores, à exceção de você, que poderia ser uma boa opção, não fosse tão confuso - ao que parece, sou a pessoa certa, na hora errada. Veremos.

Não amei nada intensamente, que me fizesse perder noites de sono, que fosse o grande sonho da minha vida, que se eu perdesse, me fizesse sentir um nada.

Aliás, foi assim que passei grande parte deste meu ano. Sentindo-me um nada. Não tinha forças nem para me levantar, quanto mais para pensar em algo. Nem no dia de amanhã. Nem no dia de hoje.

A minha auto-estima (que auto-estima?) desapareceu por completo. Se já era pouca... viajei, é verdade. Fiz grandes amigos. Creio que alguns deles vou levar pra vida toda. Reatei laços e revi certos conceitos que tinha criado, ou melhor dizendo, dogmatizado (se é que existe essa palavra).

Passei a enxergar muita coisa que não enxergava antes. E a questionar também. Eu simplesmente aceitava muita coisa, muitas delas só me faziam mal e eu apenas aceitava, como se fizesse parte, como se, para que fosse verdadeiro, tivesse que ser assim.

E não é. Me esforcei tanto por tantas coisas, pessoas, amizades e só agora vejo que muito disso não valeu nem vale a pena. Tanto esforço em vão. Tirei forças sabe Deus de onde para fazer isso, mas amizade, para mim, é sagrada. Duas pessoas foram suficientes para quase me destruir. Noites e noites em claro, não apenas por conta da insônia, mas pensando onde foi que eu errei, o que poderia fazer para ajeitar e fazer com que tudo voltasse a ser como era antes.

Tentei. Deus é testemunha. E algumas pessoas também. Mas como já disse, até para isso temos limites. Vocês dois sabem: estou aqui, aberta, disposta a conversas, reaproximações...mas não vou mais ficar quase que implorando por conversas que não virão, ainda que eu tenha insistido. Principalmente aquelas que são interpretadas como se fosse uma tentativa de voltar. Acho que não preciso dizer mais nada, não é?

É uma pena. Entreguei os pontos dia 15 de agosto. Não suportava mais. E desde então, apesar de ainda sentir muita falta, de ainda querer resolver tudo, sinto-me mais aliviada e não vou mais mover uma palha para reestabelecer tudo.

Amigos que surgiram do céu. É uma palavra forte, realmente, falar de você como meu amigo. Mas você me deu muita força, você se abriu comigo sobre coisas que eu, provavelmente, não falaria jamais. Você deve ser sensitivo, porque sempre surge quando eu mais preciso.

Os amigos que fiz na terrinha...e os que reencontrei. Fantásticos. De início, imaginei que seria algo passageiro. Mas, a cada dia, tenho mais certeza que vieram pra ficar. E vocês me deram força pra continuar, mesmo sem saber.

Amigos daqui, os da faculdade principalmente. Excepcionais. Senti falta. Muita. Me afastei, todos se afastaram e me senti ainda mais só. Principalmente quando, sem querer, comparava com os da terrinha. Me sentia muito mais amada e querida por eles do que por vocês. Mas agora consigo ver as coisas com mais clareza, ainda bem. Era algo circunstancial, todo mundo muito ocupado. Mas os que vieram pra ficar, os que eu considero meus amigos, tenho certeza que serei a tia dos filhos deles, assim como eles serão os tios e tias dos meus.

Amigos do colégio. Esses, sim. Cada vez mais distantes, fazem uma falta tão grande, mas tão grande que não consigo expressar em palavras a saudade enorme que toma conta de mim só de lembrar dos momentos que passamos juntos. E não dói. Sei, como sei que o sol vai nascer amanhã, independente do meu humor, das minhas forças, que eles estão ali. Pro que eu precisar. Especialmente os do sub e mais uns 3 ou 4...talvez 5.

Amigos novos, aqui mesmo. Provavelmente precipitado chamá-los de amigos. Mas são eles que estão ao meu lado. E estão me fazendo sorrir e estão me fazendo, mesmo que superficialmente, muito bem.

E tem você. O mais especial de todos. O que sabe exatamente o motivo do aniversário, o que sabe e compreende tudo por que passei e estou passando. O que não me abandonou em um momento sequer, desde que nos reaproximamos. O que passou noites em claro ao meu lado; o que me fez rezar novamente; o que me ajudou a reencontrar a minha espiritualidade; o que me acolhe a qualquer hora do dia ou da noite; o que me aguenta todos os dias. Te amo demais, de uma forma quase que transcedental. É lindo o que sinto por você. E só tenho a te agradecer, eternamente. Aqui e em outras vidas ou onde quer que nós estejamos. Sei que não é à toa. Obrigada, mil vezes obrigada.

Por último, e os mais importantes: minha família. Foram eles que enfrentaram esse ano comigo; ainda estão enfrentando, porque o ano está completando aniversário, mas ainda não acabou, se é que vocês me entendem. E é porque amo demais vocês, que desconto tudo em vocês. Perdoem-me, não sei o que faço, na grande maioria das vezes. Obrigada pelo apoio, carinho, amor, atenção, noites em claro, o tempo e o dinheiro que vocês estão gastando comigo simplesmente porque eu sou fraca. Porque eu estou completamente perdida. Porque eu não sei o que fazer da minha vida e não estou nem um pouco feliz com ela.

Estou tentando. Comprei tudo o que precisava para voltar ao normal, voltar ao lugar de onde nunca deveria ter saído; mas tem sido difícil e sei que estou fazendo isso mais para deixar de ser um peso na vida de vocês do que porque eu realmente quero. Não quero mais viver assim, dando trabalho, deixando vocês preocupados. Quero ao menos deixar de dar prejuízo. Quero ter forças para conseguir isso e esse é meu estímulo: não ser mais um fardo, um peso, um prejuízo...tanto investimento ao longo de todos esses anos escorrendo pelo esgoto. Desculpem-me, por favor. Não sei quantas vezes o pedidos de desculpas se tornará suficiente para tudo o que eu fiz - ou melhor, não fiz.

1 ano.

1 ano parado e perdido da minha vida.

Obrigada a todos vocês. Infinitamente, obrigada.

1 Comment:

  1. A.L. said...
    Que texto lindo, carinha... =~)

    Que esse aniversário seja um revéillon; que todas as coisas ruins fiquem pra trás e que as boas continuem vindo na tua direção. E que tu tenhas paciência pra saber diferenciar e que, quando for pra ser, que "se jogue" (hehehe...). =)

    Feliz ano novo, bêibe; o que não falta é gente torcendo por ti.

    Beijo grande.

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