Mar 17, 2008

"...Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhada entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?..."

Que eu acabei de misturar vários calmantes, tranquilizantes, relaxantes musculares, ansiolíticos e analgésicos.
E agora você resolve chegar para mim, depois de tudo o que aconteceu, e falar olhando na minha cara - que não entendia nada do que estava acontecendo - que eu não posso continuar agindo assim?
Quem você pensa que é para mandar assim em mim?Você paga minhas contas?Você sabe com quem eu ando, onde moro, meu telefone?
Não?
Então, não me venha com esse papo-furado de pseudo-intelectuais cabeças pensantes de que "você não deveria fazer isso, não faz bem à saúde".
FODA-SE.
É, com letras maiúsculas mesmo, porque eu não tô nem aí pro que você acha, pro que ele ou ela acham, pro que todos vocês que me olham agora como se eu fosse um bicho (e daí se eu for?) pensam!
Eu faço o que eu quiser e bem entender com essa droga da minha vida, até porque não tem mais jeito mesmo. E não comece com seu discurso moralista, que eu já sinto ânsia de vômito. Tá, podem ser os remédios, mas deveria ser você e o vômito deveria cair bem em cima desse seu conjuntinho chanel!

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