Nov 4, 2008

Li há pouco em um blog sobre o fim de uma amizade. Ou assim entendi, pelo menos.
Sofri enquanto lia. Chorei. Lembrei-me de você. Tornei-me bastante repetitiva quando me refiro a você, porque nada fez sentido; ainda não faz.
O que eu queria dizer é que, apesar disso, não há mais espaço em minha vida para você. Não me entenda mal, veja bem, é que não vejo mais interesses comuns - mas há muitos. Calma, calma, não precisa ser assim. Me ouça, por favor. É que...como dizer isso? Eu olho para trás e não vejo como isso aconteceu. Não o que aconteceu, de fato. Mas como nós acontecemos. Entende? Olha, não me leve a mal, é que eu não vejo o que pode ter nos unido. Uniu, é verdade. O que quer que tenha sido, foi algo muito, forte. Mas eu não descobri o que foi. Às vezes alguém me fala de você; pior, pergunta. Eu não sei o que dizer, acabo não dizendo nada que faça sentido. Mas eu penso em você nessa hora. Vejo uma foto sua que está sempre à vista em meu quarto, aquela que ela me deu de aniversário, lembra? Pois é, linda a foto. É, eu também acho. O colorido e a alegria dela são indescritíveis. Mas não há mais cor nem alegria entre nós. Lembro o dia da foto. Dia estranho. Você fez questão de se arrumar no mesmo lugar que eu e eu fiquei constrangida em dizer não e até achei, por alguns instantes, que tudo voltaria ao normal. Não voltou. Foi estranho, tenso. Bebi para relaxar. É, para re-la-xar; você tem algum problema com isso, querida? Porque eu não aguento mais os seus julgamentos, seus pré-julgamentos, sua cara mostrando que desaprova alguma coisa. E eu não tenho mais que aguentar isso. Eu sei, eu sei que eu não era obrigada a aguentar nada. Claro que não, você não manda em mim, ora. Mas eu amava você. Você nunca vai saber o quanto. Daí eu via, ria, deixava para lá. Dia estranho. Fotos, flashes, luzes, cenários. Todo mundo feliz, uma felicidade estranha. Todo mundo junto, uma união que não existia. Sabe quantas fotos tiramos juntas, eu e você? Nenhuma. Pois acredite, princesa, nenhuma. É, foi, eu sei, parecia que tínhamos tirado, eu também tive essa impressão. Mas não, foi só impressão mesmo. E foi quando eu vi isso eu percebi que tinha acabado. Em alto e bom tom, porque agora eu consigo dizer. O fim de um namoro. hahaha. Percebe a ironia? Eu também. Mas relaxa, que ele também nunca gostou de você. É, desde que te viu. E ele sabia o que você representava para mim. Eu disse diversas vezes que você era amiga e mãe, porque cuidava como ninguém de todas nós. Não sei se ainda cuida de alguém. De mim, não. Acho que nem em pensamento. O quê? Você pode repetir? hummmm... não, não, agora não adianta. Lembro aquele dia da ligação. Fui lá ficar com você. Nem sabia o que ia fazer ou se ia fazer alguma coisa, mas fui. Sei como são esses momentos, sei que a gente quer alguém amado por perto. Senti que precisava ir, ora. Não, não sei explicar muito menos dizer o que você estava sentindo. Tentei tocar no assunto, lembra? Deitada na rede, olhei e falei. E você disse que não era nada daquilo, que já tinha explicado. Não tinha. Nunca. E olha que eu procurei. Claro, eu sei que você precisava...unhum, é, é difícil e complicado; não, eu realmente não entendo o que você passou. Mas sabe de uma coisa? Eu tava lá. O tempo todo. E você sabe disso, não sabe? Olha nos meus olhos e diga que não sabe. Olha! Agora você não olha mais. Engraçado. Sabe que eu não consegui dormir aquela noite? Eu queria estar com você, ver como você estava, se já tinha comido alguma coisa, tomado banho. Penso que você deletou isso. Só me resta isso. Você emagreceu tanto...você está estranha. Não, não é o seu comportamento; quero dizer, também, mas não é isso. É sua aparência. Você emagreceu e nunca mais foi a mesma. Acho que nossa amizade foi embora com aqueles muito quilos. rá-rá-rá. A gente tinha tanta coisa em comum...eu acho. Se você diz...não, eu sei. Eu só não sei o que é, mas é claro que tinha alguma coisa, pelo menos uma. Porque... como é possível? Você lembra o que era? Eu lembro sabe o quê? Que a gente se falava todos os dias, contava tudo uma para a outra, atualizava a vida da outra quase que instantaneamente. Até de madrugada, lembra? É, aquele dia foi legal mesmo. E os e-mails? Nós éramos duas desocupadas mesmo, não era? Eu ainda sou. Pois é, ossos do ofício, liga não, eu continuo na terapia e ele insiste em dizer que eu vou ficar boa. É, acredita? Mas eu não quero falar disso agora. Não insista, por favor. Eu queria tanto ter podido dizer isso há dois anos. Enquanto eu repetia incessantemente tudo aquilo ali e aqui, eu só queria poder dizer a você. Porque você era minha melhor amiga. Lembra? Não, é claro que não. Como pude me enganar tanto?

5 Comments:

  1. Cele said...
    Claro que eu sei quem é! Acho que você sabe também de quem eu falei no post, né?

    Bom ler sua retomada aqui no blog!
    Jaya Magalhães said...
    Psiuuuuuu!

    Eu já vivi isso! Antes, uma coisa. Tem uma coisa de identificação, por aqui. É que sempre que leio teus posts, de certa maneira, não consigo deixar de falar de mim. Aí eu fico achando que te compreendo, pela semelhança das situações. Na verdade acho que o mundo todo é parecido. Só que afinidade acontece em casos raros. Enfim.

    Sabe que eu adoro textos-desabafos? Esse teu monólogo deve ter te deixado numa leveza, não? É tão doloroso quando as coisas estão acontecendo. As maquiagens que a gente cria pra não enxergar a realidade do “acabou”. E a gente sofre. E até rasga, também. Mas, outra vez eu digo, bonecas de pano que sempre seremos, uma costura bem feita acaba por resolver. Sofrer a gente sofre de qualquer jeito, por isso não há motivos pra se arrepender de ter havido entrega. O bom de tudo é olhar pra trás e poder expulsar os dissabores, como você fez nesse texto.

    E agora é olhar pra frente. Tirar novas fotos. Fazer novas lembranças. (:

    Ah! Eu quero dizer também que tuas palavras lá no blog sempre fazem meu rosto arder de timidez. Esse último texto saiu num arroto, e eu não gostei, não. Fico pensando que gastei minhas palavras todas na monografia. Rs. Deus me ajude!

    Obrigada sempre, viu?

    Aguardo o e-mail, sim senhora!

    Te abraço.
    Paula said...
    Growing up fase 2. A gente acaba descobrindo que aquela pessoa a quem amaávamos, confiávamos e não vivíamos sem, na verdade, não significa mais absolutamente nada na sua vida e passamos a duvidar se algum dia significou. E deixamos de ter alguns "amigos"...
    J. said...
    Falar em amizade é sempre tão delicado!
    Eu vivi uma situação parecida há um tempo. Fui obrigada a me distanciar da minha melhor amiga.
    Sofri horrores, mas hoje nós tentamos resgatar o tempo perdido.
    Que pena não ter sido assim com vc, amiga!
    Mas eu te amo, viu?
    E tô aqui sempre!
    Beijo, beijo, beijo!
    Jaya Magalhães said...
    Eeeeeei!

    Eu quero post novo!
    Rs.

    [Recebi os e-mails. Respondo em breve, senhorita!].

    Beeeeijo.
    :*

Post a Comment



Template by:
Free Blog Templates