Jul 20, 2007

Do nada

Foi estranho como tudo aconteceu: nos conhecemos e, ao mesmo tempo, não nos conhecemos. Só viemos nos conhecer semanas depois, meses, talvez.
E eu sempre senti algo de estranho entre nós, mas não um estranho ruim...uma sensação boa de estranheza (isso existe?).
Mas tinha isso e aquilo e aquela brincadeira toda que é parte de quem somos e que não deixava transparecer a verdade. E tinha também aquela outra questão delicada, ninguém queria se machucar ou sair machucado, mas como conseguir isso, dadas as circunstâncias?
Impossível, simplesmente impossível.
E ali ficamos, amigos. Bons amigos, muito provavelmente amigos que levaremos para toda a vida e muto provavelmente só o que seremos.
Mas não era bem isso o que estava nos nossos planos, era?Não, nao era. E eu estava ali, meio que te esperando, meio que distante, meio que sem ver, meio sem querer ver, porque assim era melhor, assim era mais seguro.
E eu escolho sempre a segurança. Defeito meu mesmo, não se preocupe.
E o tempo foi passando e papo e papo e nada de concreto e eu deixei pra lá...era perigoso, arriscado,talvez não valesse a pena, eu não sabia o que se passava com você, sabia apenas comigo. E nem era nada demais, mas podia ter vindo a ser, quem sabe?Acho que sim, logo de cara eu senti isso; e geralmente eu não falho.
E vieram certos telefonemas que me deixavam muito além do "confusa". Você ligava de longe, pro meu celular e passava um tempão e pedia que, por favor, quando eu chegasse, fosse falar com você, que você estava precisando. E eu ia, com o maior prazer. E a conversa fluía e fluía até voltarmos à realidade de que aquilo tudo não existia.
Não havia velas, jantares, vinhos, nada. Por mais que a gente quisesse, não havia nem iria haver nada daquilo.
E eu nunca falei sobre isso com você. Até hoje. Hoje, sabe Deus porquê, eu falei. E falei muito e falei tudo e falei até mais do que devia e falei até te deixar sem palavras, pelo inesperado das palavras, pelo inesperado da sinceridade.
Apesar de você já saber de tudo, eu sei. Você não é bobo. Nem eu. Eu também sabia.
E nos fazendo de bobos podemos ter desperdiçado, deixado passar uma chance.
Não sei.
Quem sabe um dia?
Amo você.

;;

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