Mar 14, 2010

"tanta esperança aí dentro, doida pra vir pra cá fora....deixe."

Mar 8, 2010

Mensagem

Recebi esta mensagem há exatos 4 anos, através das mãos da Dona Penha, a famosa Maria da Penha, aquela mesma da lei contra a Violência Doméstica e Familiar; aquela mesma, professora universitária; aquela mesma que o marido tentou matar simulando um assalto;  aquela mesma que, depois do retorno do hospital, sofreu outra tentativa de assassinato pelo marido, que tentou afogá-la na banheira, já tetraplégica e sem nenhuma condição de se defender;  aquela mesma que lutou por mais de 20 anos para que seu marido fosse condenado pelas agressões e tentativas de assassinato. Uma grande mulher, um exemplo para todos, homens e mulheres. 

Depois de conhecê-la, não consegui pensar em outro tema para a minha monografia de conclusão de curso que não esse; não conseguia pensar em trabalhar com qualquer coisa que não ajudasse as mulheres (e alguns homens também) que sofrem agressões, especialmente as doméstica.

Ela me entregou esta mensagem e me perguntou o que eu achava de ela distribuir antes das palavras que ela ia proferir, no dia 8 de março de 2006. Foi a mesma mensagem que distribuí no dia da defesa da monografia e ela sorriu, um sorriso cúmplice, só nosso. Ela havia conseguido. E estava ali.

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Hoje recebi flores...  (autor desconhecido)
 
Não é o meu aniversário ou nenhum
outro dia especial; tivemos a nossa primeira
discussão ontem à noite e ele me disse muitas
coisas cruéis que me ofenderam de verdade.
Mas sei que está arrependido e não as disse
a sério, porque ele me enviou flores hoje.
E não é o nosso aniversário ou
nenhum outro dia especial.

Ontem ele atirou-me contra a parede e
começou a asfixiar-me. Parecia um pesadelo,
mas dos pesadelos acordamos e sabemos
que não são reais. Hoje acordei cheia de dores e
com golpes em todos lados.
Mas eu sei que ele está arrependido, porque me
enviou flores hoje. E não é Dia dos Namorados
ou nenhum outro dia especial.

Ontem à noite bateu-me e ameaçou matar-me.
Nem a maquiagem ou as mangas compridas
poderiam ocultar os cortes e golpes que me
ocasionou desta vez. Não pude ir ao emprego
hoje porque não queria que percebessem.
Mas eu sei que está arrependido porque ele
me enviou flores hoje. E não era Dia das Mães
ou nenhum outro dia especial.

Ontem à noite ele voltou a bater-me,
mas desta vez foi muito pior. Se conseguir
deixá-lo, o que é vou fazer? Como poderia
eu sozinha manter os meus filhos?
O que acontecerá se faltar o dinheiro?
Tenho tanto medo dele!
Mas dependo tanto dele que tenho medo
de o deixar. Mas eu sei que está arrependido,
porque ele me enviou flores hoje.

Hoje é um dia muito especial:
É o dia do meu funeral.
Ontem finalmente conseguiu matar-me.
Bateu-me até eu morrer.

Se ao menos eu tivesse tido a coragem e a
força para o deixar... Se tivesse pedido ajuda
profissional... Hoje não teria recebido flores!


;;

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