May 2, 2009

O silêncio

Sábado, 22:31h. Eu, meus óculos verdes, o silêncio. Nariz fungando, dor nas costas (não é bem dor, mas pra explicar eu teria que fazer um outro post e agora, simplesmente, não é o momento).

Estou só, no sábado à noite. Eu não tenho o menor problema em ficar só, estava até precisando mesmo: eu, meu quarto, minhas paredes, minha cama e só.

Mas aí, eu fiquei doente. A tal dor nas costas. E tive tempo demais para pensar e pensar. E procurei meus amigos pra isso e praquilo, mas estão todos longe. Sério. Uma está na Bósnia, outra na Irlanda, outras em Brasília, outra no Rio, outros em Brasília, meu amor em Minas, muitos em Recife. Uma amiga querida me chamou há pouco para ir a um lugar que eu gosto muito e que sei que seria extremamente divertido, mas não estou no momento, entende? Nem eu. Tem uma em Floripa também. Um que mora em Brasília me ligou na quinta, foi um momento feliz. Tá aqui e falou que a gente ia se ver...até agora, nada. Well, well. Um querido ligou ontem, mas era só pra pegar uns dvd´s que eu gravei pra ele, de uma banda querida de Recife.

Estou demasiadamente só está noite, sabe? Já assisti aos últimos dois episódios de Grey´s Anatomy, em instantes irei pra Desperate Housewives, mas...estou só. E isso está me incomodando, porque eu preciso falar. Eu preciso conversar, eu preciso falar um monte de coisas sérias ou não e não tem ninguém para me escutar. E vocês não me conhecem, eu falo demais. Exageradamente. Exaustivamente. E estou sem falar há umas duas semanas, porque não tinha tempo ou porque estava ocupada demais com meus aborrecimentos pessoais e para a segurança das pessoas ao meu redor, escolhi me calar.

Sobrou para o terapeuta, claro. E ele concordou comigo. O que só piorou tudo, porque minhas dúvidas aumentaram, minha ansiedade aumentou, meu desespero idem.

Mas ficar pensando nos problemas é cadeira de balanço, não é mesmo? Temos que resolvê-los. Juro que estou me esforçando. Aliás, nas últimas horas aconteceram coisas demais e eu ainda não consegui absorver e já estou nervosa e ainda mais ansiosa. Um problema, isso.

E é informação, informação, informação. Não param de chegar, essas malditas!


E ninguém com quem eu possa falar, meu Deus.

Provavelmente eu estou sendo injusta. Talvez tenha alguém nesse mundo louco que, no sábado, às 22:43 esteja em casa, sem fazer absolutamente nada e precisando desesperadamente ouvir. Ou talvez alguém que esteja aqui, e não longe, não se importasse em me ouvir. Mas, sabe, eu não sei. Faz tanto tempo, que eu não sei. Não é mais como antes, que eu me sentia à vontade. Não, não mesmo. Com essas pessoas que citei, sim. Com as demais, infelizmente, não me sinto à vontade. Poderia até arriscar, mas o medo da voz entediada do outro lado me congela.

Aliás, um grupo de pessoas lindas que eu amo com toda a propriedade do termo, me ligou. Coisa mais linda, preocupados com minha saúde. E são pessoas que adorariam me ouvir por horas e horas. Mas Deus é engraçado; eles são os únicos com quem não posso falar.

E aqui estou. De pijamas, óculos verdes e o silêncio.

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