Dec 2, 2008
Nov 25, 2008
- Mas e aí? Tem alguma coisa ou é só amizade mesmo?
- Não, não...tem nada não, é só amizade.
- hummm...
- Quer dizer, assim teve um momento abraço, mas...
- O quê? Momento abraço? Como é um momento abraço?
[telefonemas depois do almoço...]
Nov 20, 2008
101 Coisas sobre mim. Para mim, já que ninguém lê isso aqui.
8 comentários Postado por C.L. às 10:44 AMEu passei umas duas horas pensando em cada uma das 101 coisas. E escrevi todas elas. E até gostei do resultado. Ficou bonitinho, engraçado. E foi um desabafo também. E foi um compartilhamento com vocês. E simplesmente, na hora de publicar a postagem, sumiu tudo. E o rascunho, que fica salvando direto, não salvou nada.
E agora eu tô puta. Muito. Nunca mais vou conseguir escrever aquilo tudo.
Merda.
Nov 17, 2008
Estava no meio de uma rua quando soube da notícia. Conteve-se e não chorou. Chegou em casa, atrasada para um compromisso, não chorou. Durante o compromisso então, nem se fala. Novamente em casa, muito cansada, dormiu logo.
E aquela dor e aperto iam aumentando. Ela se conhecia; precisava externar aqueles sentimentos antes que algo pior acontecesse. Ela, apesar de tudo, ainda estava muito frágil. E ao menor deslize, caía. E com isso vinha o medo.
Lembrou-se daquele texto, daquela escritora, como era mesmo o nome? O Búfalo. É, era isso. A moça do texto procurava por ódio e só via amor.
"Mas isso é amor, é amor de novo", revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado.
Não era o caso. Ali, agora, não odiava nem queria odiar ninguém. Não procurava o ódio. Procurava as lágrimas que sentia e não vinham. Era doloroso demais toda aquela dor interna, corroendo, queimando, se acumulando, por fim. E nenhuma lágrima em seu rosto.
Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
Nem quando ele, em uma tentativa de lhe ajudar, perguntou se, agora, depois disso tudo, depois da notícia, ainda conseguiria repetir para ela mesma, se olhar no espelho e repetir, com a certeza que poucos têm, que ela não era capaz. Que todos eram melhores e mereciam mais que ela. Que a garotinha perfeita não existia mais. Que a mulher que se tornara era tudo aquilo que ela vinha repetindo insistentemente há tanto tempo.
Lágrimas encheram os olhos da mulher, lágrimas que não correram, presas dentro da paciência de sua carne herdada.
E foi só isso. Foi o mais perto que ela conseguiu de qualquer coisa parecida com choro. E eram lágrimas de felicidade, de alívio, de paz. Entõ, quando menos esperava, tal e qual sempre acontece em todos os filmes e livros, quando ela menos esperava e menos estava preparada - nem lenços ela tinha, foi tomada por qualquer coisa indefinida; algo doce e suve e um tanto quanto desesperador também. Porque era coisa demais acumulada, sabe? Por tempo demais. E ele sabia.
enjaulada olhou em torno de si, e como não era pessoa em quem prestassem atenção, encolheu-se como uma velha assassina solitária, uma criança passou correndo sem vê-la.
Abriu os olhos devagar. Os olhos vindos de sua própria escuridão nada viram na desmaiada luz da tarde. Ficou respirando. Aos poucos recomeçou a enxergar, aos poucos as formas foram se solidificando, ela cansada, esmagada pela doçura de um cansaço. Sua cabeça ergueu-se em indagação para as árvores de brotos nascendo, os olhos viram as pequenas nuvens brancas. Sem esperança, ouviu a leveza de um riacho. Abaixou de novo a cabeça e ficou olhando o búfalo ao longe. Dentro de um casaco marrom, respirando sem interesse, ninguém interessado nela, ela não interessada em ninguém.
Chorou, enfim. E entendeu tudo.
Nov 10, 2008
E não era. Chegou, foi correndo ver o que era. Leu. Curto e grosso. Objetivo. Doloroso. Ficou triste e atônita, sem saber o que fazer. Pensou em chorar, mas segurou as lágrimas o quanto pôde. Pegou o telefone e largou umas dez vezes. Ligou. Chamou e chamou até cair. Várias vezes. Pensou, refletiu sobre o assunto. Não era para isso ter acontecido, não. Ela sabia, todo mundo sabia. Mas aconteceu, o que ela podia fazer agora? Só restava se desculpar. E assim fez.
Como é que eu ia entender? Me diz. Porque eu tava doente, mas eu lembro bem as coisas. Lembro que não fui ao seu aniversário. Sei que na época, como eu estava marcando muito as coisas e desistindo em cima da hora, inventava qualquer desculpa para não ir. Não era falta de vontade. Era uma coisa que, se Deus quiser, você nunca vai entender. Chegava o dia, eu começava a não querer me arrumar, a não sair de casa, a não ver ninguém. E não queria mais ir, mesmo querendo muito. É muito difícil explicar e eu já desisti de fazer as pessoas entenderem.
Doeu ouvir esse tipo de coisa. Falou um monte de coisas horríveis e que para mim não faziam muito sentido e só me machucavam muito, porque parecia que eu era a pior pessoa do mundo, que eu não ligava pra ti, pra tua vida, pros teus sentimentos. Que eu só te fazia mal. Eu não acreditava no que estava lendo. Mas eu queria saber o motivo de tanta raiva, mágoa, decepção, sei lá o que tu tava sentindo, o motivo de tu querer se afastar de mim daquele jeito, a ponto de dizer todas aquelas coisas. E não conversar sobre elas.
A gente era uma melhor amiga da outra. Tu sabia que podia chegar e conversar. Falar o que você tava sentindo, qualquer coisa. Por que você nunca conversou comigo? Por que você deixou chegar ao ponto de você não me aguentar mais ao seu lado para, só então, vir descarregar tudo de uma só vez? Eu fiquei sem reação, sem saber o que fazer. Porque, repito, eu não sabia o que eu tinha feito.
Eu sei o que você estava passando na época. Eu sei, acredite. Mas mesmo assim, não entendi o que aconteceu. Deve ter havido alguma coisa que eu não me dei conta ainda. E eu sei também que eu estava doente, muito doente e provavelmente a última coisa que você queria era ouvir problemas. E eu lembro de ter te poupado (ou tentado) ao máximo disso. Porque eu sei que uma pessoa que não estivesse passando por nenhuma situação difícil já teria dificuldades em entender, compreender, ter disposição e paciência para ouvir, escutar, aconselhar; e você estava passando por um momento muito difícil, talvez o mais difícil de toda a sua vida. Completamente compreensível que você não quisesse uma amiga problemática ao seu lado. Mas nós éramos amigas o suficiente para você chegar e falar. Imagino que você deve ter tido os seus motivos. Era mais uma razão para eu não entender e querer tanto saber.
Não disse que quero te excluir da minha vida; eu disse que não vejo mais onde você se encaixaria nela. É normal, isso. Nós nos afastamos muito. Eu não sei mais nada da tua vida, só o superficial. Eu não sei como você está de verdade, como você está se sentindo, o que se passa na sua cabeça. Nem você sobre mim. Nos afastamos muito e é natural que isso tenha acontecido. Não quis, de maneira alguma, te ofender ou dar a entender que quero te excluir da minha vida. Se passei essa impressão, desculpe-me. Mas o afastamento entre nós duas ou quaisquer outras pessoas não é definitivo, a não ser que as duas queiram.
A dureza das palavras, a ironia, o diálogo inexistente, as risadas irônicas e fora de contexto não foram dirigidas a você, por favor acredite. Estou sendo sincera e te pedindo desculpas por você ter lido o que leu. Era completamente desnecessário isso ter acontecido. Mas aconteceu e não há nada mais a ser feito, a não ser me explicar e pedir desculpas. E esperar que você aceite. Porque nós já nos afastamos demais e eu não queria, do fundo do meu coração, que nos afastássemos ainda mais. Queria era uma reaproximação. Queria era voltar no tempo e não ter deixado a nossa amizade chegar ao ponto que chegou. Queria era poder te ligar a qualquer hora do dia ou da noite contando cada detalhe de alguma coisa, só pela alegria de compartilhar com você. Queria passear no shopping contigo, ir ver um filme, ir à praia como costumávamos fazer. Queria que você fosse lá para casa e que eu fosse para sua, sem convites, só porque estava com vontade ou passando por perto. Queria a minha amiga de volta.
Espero que você entenda e aceite as minhas sinceras desculpas. De verdade. E que a gente possa, pelo menos, seguir como estávamos e não retroceder ainda mais. Era o que eu menos queria.
Ainda amo você. E eu sei que você sabe.E rezo por você e sua família todas as noites.
Beijos,
Nov 4, 2008
Oct 31, 2008
Oct 28, 2008
Oct 20, 2008
E de repente fui tomada por uma falta de ar, quase me sufocando, misturado à angústia e uma dor no peito. Seria um infarto?Não, não aqui, no meio do trabalho, no meio dessa tarde chata, sem graça, sem cor...cinza. Tudo fica assim quando você não está aqui.
Oct 10, 2008
What am I to you?
Tell me darlin' true
To me you are the sea
Vast as you can be
And deep the shade of blue
When you're feelin' low
To whom else do you go?
I'd cry if you hurt
I'd give you my last shirt
Because I love you so
Now if my sky should fall
Would you even call?
I've opened up my heart
I never want to part
I'm givin' you the ball
When I look in your eyes
I can feel the butterflies
I'll love you when you're blue
But tell me darlin' true
What am I to you?
If my sky should fall
Would you even call?
I've opened up my heart
I never wanna part
I'm givin' you the ball
When I look in your eyes
I can feel the butterflies
Could you find a love in me?
Would you carve me in a tree?
Don't fill my heart with lies
I will love you when you're blue
But tell me darlin' true
What am I to you?
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Porque eu lembrei aquela noite em que você me apresentou esta música e pediu que eu cantasse para você. E eu cantei. Não uma, não duas, não três vezes. Eu cheguei a gravar no estúdio, voz e violão, eu e ele, só para você. Você nunca ouviu; eu planejava gravar outras e te dar um dia. Vou te dar um dia, no matter what. Lembrei aquela tarde perfeita em seu apartamento, você tentando tocar e eu cantando; você fazendo uma versão de rock-tosco-dor-de-cotovelo dela e eu lá, cantando. E filmamos isso tudo, lembra? E rimos e gargalhamos bastante e você olhou bem fundo nos meus olhos e disse que queria me ouvir cantar assim para o resto de sua vida.
Eu estou bem aqui, meu bem. E quero cantar para você. Para o resto de nossas vidas.
Oct 9, 2008
Tornei-me um disco arranhado. E daqueles bem ruins, que colecionador não quer mesmo, que criança não quer brincar, que seus pais não têm guardados por nada nesse mundo.
E eu não queria ser um disco, sabe? Não queria mesmo. É chato demais.
Gosto de LP´s, sempre gostei. Aquele barulhinho, aquele chiado me enchem de alegria. Mas esse LP que ouço e obrigo todos ao meu redor a ouvir também - sim, admito, tornei-me uma daquelas vizinhas chatas que ouvem música bem alto sem lembrar que vive em sociedade - não é bom.
Dói. Cansa. Faz chorar. Dá raiva. É angustiante. É asfixiante. É um tanto quanto desesperador.
E eu não sei por quanto tempo mais vou aguentar viver assim.
Estava ali, lendo ele, como sempre ele quando dói tudo aqui dentro, porque ele me entende. Não me acalma, não me livra da dor, mas me entende como ninguém; sentimos as mesmas coisas.
Pois bem. Estava eu ali, lendo ele, que você tanta detesta por pura ignorância, quando surge à minha frente o título de um de seus livros, de um de seus textos, aquele mesmo que você disse ser perfeito para o nome de uma banda de rock, o único que você cogitou a possibilidade de ler.
...
Sep 25, 2008
Porque era assim que eu me sentia todos os dias, depois que te conheci e tu foste embora.
Onde estavam os meus olhos que não te encontravam
Onde foi que pisei e não senti
No ruído dos teus passos em meu caminho.
Onde foi que vivi
Se nem me lembro se existi
Longe de você.
Ah! Foi você quem trouxe essa tarde fria
E essa estrela pousada em meu peito
Ah! Foi você quem trouxe todo esse vazio
E toda essa saudade, toda essa vontade de morrer de amor.
Sep 5, 2008
Estava cansada, muito cansada. De tudo, de todos. Não, não era cansada a palavra que ela procurava...entediada, talvez?É, acho que era isso: tédio.
E uma vez, há algum tempo já, ao tomar a terrível decisão de ser sincera e dizer, com todas as letras, em alto e bom som que estava E-N-T-E-D-I-A-D-A, acabou gerando uma crise enorme, quase como a que se viu com a queda da bolsa em 29.
- Mas por que você está entediada?
- E tem que ter motivo pra estar?
- Claro que tem. Olha, aqui tem um monte de coisas pra você fazer.
- hummm
- Tem televisão, dvd, um monte de filmes...
- Não, quero não, obrigada.
- Tem a piscina!Vai pra piscina, ó, não tem ninguém lá agora, a piscina é só sua.
- hum-hum.
- Você está querendo me irritar, é isso?
- Não, só estou entediada.
-Entediada como, meu Deus???Tem uma praia linda aí na frente, tem uma rede aqui...vamos caminhar, jogar frescoball.
-...
E assim foi. Arrependeu-se amargamente de ter falado sobre isso. Até hoje, vez por outra, o assunto volta à tona.
Saco.
E agora, apesar de todas as circunstâncias adversas, apesar de nem encontrar tempo de procurar uma palavra no dicionário que defina o quão ocupada ela está, mesmo assim, ela está absurdamente entediada. Pensava nisso ontem, enquanto, completamente sem saco para fazer coisa alguma, refletia sobre seu comportamento nos últimos dias.
Ela estava assim, assim, sabe? Um tanto quanto, digamos assim, carente. Necessitando de atenção. Ela estava chata, para dizer a verdade. Pensou e pensou o motivo de estar assim e percebeu que o problema, no fundo, era que estava com medo. Medo de não mais receber a atenção que lhe era dedicada já há algum tempo, tal qual uma criança recebe, porque agora ela estava bem; ou melhorando, ao menos.
"Fazem você acreditar em coisas que não são verdadeiras, que não são suas, mas em que você acredita piamente. Você tem que se descobrir e descobrir muito sobre você, todos os dias. Coloque-se em primeiro lugar.'
Conversando com você, ouvi essas mesmas palavras. Coincidência? Não, aprendi com Arcanjo que não existem coincidências.
Se você repete mil vezes uma mentira, ela acaba por se tornar verdade. Ao menos para você. Se você passa a sua vida acreditando, provavelmente por alguma associação nonsense, que repetir uma atitude vai fazer com que você receba atenção, carinho, afeto e amor, você vai se tornar um adulto confuso e carente, extremamente necessitado de atenção e incompreendido.
E foi isso o que ela se tornou. Uma adulta carente, com baixa auto-estima e falsas crenças. Que sabota seus relacionamentos, por mais que queira que eles dêem certo; que não acredita em si; que não se acha capaz; que se acha feia, chata e gorda; que não acredita que alguém seja capaz de amá-la - não, de jeito nenhum. Alguém como ela, com tantas outras opções muito melhores por aí? Por quê?
Impossível.
Todos os dias, ela se olha no espelho e vê tudo isso. E repete que é impossível, enquanto assiste a ele ir embora.
Aug 11, 2008
Há 3, 4 anos eu estava sempre, sempre mesmo, à sua disposição.
Eu largava tudo para estar com você, eu faltava aula, eu mudava meus planos, meus horários.
Eu mentia, eu criava histórias, eu faltava ao trabalho se fosse necessário.
Tudo para ficar com você, estar com você, sair com você, te ouvir, te ver, ouvir tua risada, dar risadas ao seu lado, dar minha opinião, ouvir suas longas e emaranhadas histórias, caminhar ao seu lado, ouvir música ao seu lado, chorar ao seu lado, no seu colo, no seu ombro, em seus braços; te acolher em meu colo, te acariciar em meus ombros, apoiar seu choro e suas dores em meus braços, em meu corpo inteiro.
Sim, porque nossas dores nos consomem e as dores pelas quais passamos nos consumiam de uma forma tão forte e tão dolorosa que nem o outro conseguia suportar direito.
Eu me preocupava com você, pensava em você todos os dias, queria saber como você estava, se estava estudando, se estava triste ou feliz, se estava doente, gripado; como estava seu namoro, seus relacionamentos, suas amizades - se você estava cuidando delas direitinho.
Não posso dizer que meu mundo girava em torno de você, mas quase. Eu só tomava decisões depois de conversar e debater -até os argumentos se esgotarem- com você. Eu só fazia qualquer coisa depois de pedir sua opinião. Eu me preocupava com o que você achava das minhas escolhas - profissionais, pessoais. Eu sempre te apresentava meus namorados em ocasiões onde você pudesse avaliá-los ao máximo - e me dizer o que achou depois. Não, nunca terminei um namoro por sua causa, mas confesso, hoje, aqui, que elas ficavam rondando a minha mente com uma frequência fora do normal.
Eu sofria se você sofria, eu chorava se você chorava, eu ficava feliz se você estava feliz. Eu cheguei ao cúmulo de ligar para a organizadora de um concurso para saber o seu resultado; e soube antes de você o que eu já sabia. E muitos outros vieram.
Mas um dia eu percebi que algo havia mudado. Você não era mais aquele. Não estava mais ali para me apoiar - e eu nem digo fisicamente não, que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não estou te desmerecendo, por favor, não me interprete mal. Você me ajudou quando ninguém mais põde ou soube que eu precisava de ajuda. Você me animou, me deu forças, me forçou a sair de casa, me elogiou quando eu me senti a pessoa mais feia do universo, me encontrava todo dia, apenas para ouvir minhas lamentações; você, por outro lado, chegou ao cúmulo de receber uma ligaçao a cobrar, minha, chorando e soluçando no meio da rua, largar tudo e ir me pegar num supeermercado, achando que eu tinha sido assaltada ou coisa pior, quando eu tinha, de novo, errado. Você tinha prova, mas me levava para tomar sorvete, um milk-shake de ovomaltine, devorar um nº4. Tudo para me deixar feliz, me fazer sorrir ou tentar, ao menos.
Você foi, durante muito tempo, o meu único e melhor amigo. Você me escrevia cartas, cartões, bilhetinhos. Sim, parece um pouco infantil, mas na hora não foi. Foi, muitas vezes, meu consolo, meu alívio, minha salvação.
Foi com você que eu vivi uma das tardes mais tristes e mais felizes da minha vida ao mesmo tempo. E, sem dúvidas, uma das mais lindas. Nós dois, juntos, ouvindo músicas previamente escolhidas para a ocasião, lembrando e relembrando momentos e momentos vividos e não vividos, chorando e sorrindo e cantando.
Mas, um dia, como eu disse, você mudou. Eu não podia mais contar com você. Não da forma de antes. E eu precisei de você e te procurei, mas você não veio. Doeu. Muito. Ainda dói até hoje. Porque talvez tenha sido a primeira vez que eu precisava do meu amigo de verdade. E você não deu a mínima, nem depois de muito tempo, nem depois de saber do que se tratava. Até hoje se limita a perguntar "e aí, como tá?". Não entendo e não aceito. Talvez eu tenha mudado e você é quem não está entendendo nada. Na verdade, acho que eu penso demais e esse é o meu grande problema em relação a quase tudo em minha vida.
Hoje, 3, 4 anos depois, eu não cedi. Eu não me desfiz, eu não me transformei em duas ou três ou quatro para te agradar. Eu me coloquei em primeiro lugar - e certamente, se você se desse conta disso, ficaria muito feliz por mim. Eu não briguei com ninguém para ir te ver, eu nem sequer fiquei com tanta vontade assim de te encontrar, até porque suas conversas, agora, se restringem a contar sobre suas namoradinhas, quem você pegou, quem está pegando, que tomou todas. Informações completamente inúteis e que realmente não me interessam. Nunca me interessaram, não sei porque você, que me conhece tanto, cismou de achar que eu gosto de te ver para ouvir isso. Enfim.
Eu cresci, afinal.
Aug 6, 2008
Acordou, ou melhor, se levantou, olhou para os lados, esticou os braços, as pernas, estralou o pescoço e as costas.
Deu alguns passos, já com dor; gemeu. Sentiu que estava sendo observada e esses olhares eram de descrédito.
Ao se deparar com o espelho, olhou-se longa e cuidadosamente e disse que desistia.
Para ela, desistir significava derrota. Mas simplesmente ela não aguentava mais e tinha que saber respeitar seus limites, que ela já havia ultrapassado há muito tempo.
Estava cansada, com dor, angustiada, em meio à escuridão de sua doença pouco e mal compreendida.
Deitou-se no chão, mais uma vez, uma última vez, tentando ser levada com um pouco de alívio. Em vão, claro.
Mas ela não sabia; nem precisava saber.
Aug 5, 2008
Aug 4, 2008
Jul 17, 2008
"Sim, nossa alma menstrua. A alma fica fértil - nalgum momento, a gente é capaz de procriar. E descobre que mamãe estava errada: virar mulher não é ter cólicas, nem usar absorventes.
Sem perceber, a gente dorme criança e encontra a calcinha da alma encharcada.
A gente vai decidindo tudo: o financiamento do carro, o armário de seis portas, aquela viagem há tanto tempo desejada.
Sem perceber, a gente vai aprendendo a optar, e descobrindo, aridamente, que tudo é um grande jogo de escolhas. Permitir intrusos, aceitar ofensas, abaixar a voz, engolir a mágoa, aquele filho que não fizemos, o casamento que não teremos, o porre perfeitamente escolhido, o banho quente no dia ruim.
A alma menstrua.
Nalgum momento, a gente se dá conta de que somos responsáveis pelo que nos causam. É dolorido, sim. A gente acorda mais molhada, mais doída, mais distante. Mais serena. Mais presente. No presente.
De repente, acordei assim.Acendi uma vela de sete dias (nem sei se por superstição ou vontade mesmo de que as escolhas sejam iluminadas), coloquei o lixo pra fora, tirei aquele cara do caminho, me perdoei pela boa esposa que não consegui ser, senti saudade de um beijo antigo e leve, vesti meu cachecol, escolhi esmalte novo, comprei pipoca com bacon, porque já não é mais possível culpar este ou aquele.
Dei-me conta das limitações que são tantas. Dei-me conta das escolhas erradas, repetidas vezes. Dei-me conta do cansaço que causo, do sossego que não me permito. Dei-me conta de que, sem perceber, a alma menstrua.
E a gente acaba com cólica de si mesma. Do que permitimos aos outros, do que não nos permitimos.
Enquanto a vela queima, vou queimando decisões erradas. Mas no fundo, ainda alegre, porque cedo ou tarde, seria preciso que essa alma sangrasse..."
Raquel Lemos
Jul 3, 2008
[Texto publicado em 2 de abril de 2005]
Situação 1:- Olha, eu vou viajar e tô sem celular, mas te dou notícias, tá?E nunca mais deu as caras.
Situação 2:- Eu gosto muito de você, mas tô te magoando, te fazendo sofrer; antes que eu te magoe mais (é o q, manx???) é melhor a gente se separar.
Situação 3:- Precisamos conversar, mas tudo vai se resolver, viu? Durma bem e não se preocupe.E acabou o namoro.
Situação 4:- Você é muito especial, mas eu gosto de outra pessoa.
Ah, meu irmão!tô muito é puta, isso sim! E não, não tô simplesmente "tomando a dor" dos outros, não...que putaria é essa??Que a bruxa tá solta eu já sei...afinal, todo dia fico sabendo de mais um relacionamento que prometia e que foi pro espaço (nesse exato instante contabilizo 12). Que é que tá acontecendo com todo mundo?Eu não entendo mesmo.
Quem me conhece, sabe que eu não suporto aquele pseudo-médico-babaca do último bbb, mas ele falou uma coisa que realmente é verdade:"quanto mais eu conheço os homens, mas eu gosto dos meus cachorros.
"O pior são aquele confusos. É, isso mesmo, tô me referindo a você. Não sabe o que quer, finge que sabe e fica fazendo uma merda atrás da outra. Como você mesmo disse: empatando a vida dos outros. Não quer ficar do meu lado, mas também não sai de perto!anhan!! O típico "nem fode, nem sai de cima". Sei não...
E antes que eu me esqueça: Vá se fuder!!! (e não, isso não é nada pessoal...é para todos os babacas e as babacas que ficam empatando a vida dos outros, que decidem que não querem mais e tchau, sem ter nem pra quê).
p.s.:não levem esse texto ao pé da letra, é só raiva mesmo; tem certas coisas acontecendo ao meu redor e são tão injustas, mas tão injustas que doem só de pensar.
[TEXTO PUBLICADO EM 9 DE ABRIL DE 2005]
Eu sou uma menina assim, cheia de mazelas. Pronto, falei. Isso não é nenhuma novidade para qualquer um que conviva comigo, precisa nem me conhecer muito e você já vai ouvir alguma queixa sobre alguma dor que eu tô sentindo em algum lugar.Um saco,na verdade.
Meu terapeuta diz que mulher que fala que tem dor ou doença não casa.Pfffff...coitada de mim!Se ele sabe que eu tô publicando um negócio desses, triplica minha quantidade de sessões e, de quebra, passa uns remedinhos!
Mas é verdade, fazer o quê?Agora, por exemplo. Sábado à noite, uma mega-ultra-super-hiper programação pós-festinha na casa de minha amiga e o que acontece? Começo a sentir A enxaqueca...incrível isso.
Tinha 13 anos quando tive minha primeira crise. Depois de passar um mês, eu disse UM MÊS, inteiro com dor, chega o diagnóstico:eu faço parte dos 5% da população feminina que tem crise de enxaqueca sem motivo!Privilegiada, não?
Aqui estou, me remoendo e ainda muito tonta, escrevendo para vocês sobre minhas dores e frustações, enquanto meus amigos estão terminando de se arrumar para sair.
Minha companhia esta noite:
- meus travesseiros de vários tamanhos;
- lençol de cetim;- escuridão;
- Neosaldina (que não vai nem de longe melhorar a dor, mas...)
no som, a obra completa de Mozart; bem baixinho, que é para não aumentar o enjôo.
Jun 29, 2008
[texto publicado em 10 de abril de 2005]
Há uns 3 anos, sofrendo daquele mal "dor-de-cotovelo" um amigo me disse que não sofresse nem me preocupasse que, quando eu menos esperasse, o amor iria bater à minha porta.
Lembro que quando meu amigo falou essa baboseira toda, comecei a rir porque fiquei imaginando a cena acontecendo ao pé da letra e seria, no mínimo,surreal.
E ontem ele bateu. Precisamente à 00:22. Dizendo que era o fulano (Amor), irmão da beltrana. E eu fechei a porta na cara dele. Eu ria tanto, mas ria tanto da situação toda, que meu sono foi embora.
Era engano, claro. Amor errou o lugar da festa que ele ia. Aqui, agora, não tem espaço pra Amor.
Amor é lindo. Alto, loiro, forte. Soube também que é romÂntico "daqueles que ainda mandam flores" e apaixonado; adora uma poesia, escreve muito bem e desenha idem. Amor gosta de sair, dançar, viajar (principalmente se acompanhado da sra. Amor). Amor tem um senso de humor único, uma sensibilidade incrível, muito tato. Amor tem uma tatuagem linda nas costas. Amor é bem-humorado e adora brincar; parece criança às vezes. Amor tem as mãos grandes, é espaçoso, faz você se sentir segura. Amor é forte e ama intensamente. Amor não tem medo de intimidade. Não diz que quer você, mas "só se for assim ou assado". Ele quer vocÊ por inteiro, com todas as vírgulas e ponto final. Amor é estável, não tem crise existencial que abale o relacionamento. Amor sabe o que quer.
Amor é lindo, mas não é o meu.
Eu nunca, mas nunca mesmo imaginei que isso fosse acontecer....mas tem gente pedindo pra eu postar!
Crê?
Só posso achar que eles são meio loucos assim como eu, porque pra me incentivar a escrever as besteiras que escrevo, não pode ser muito normal não.
Brincadeiras à parte, muito obrigada mesmo!
Vocês não imaginam como me deixaram feliz com os comentários e afins.
E vou começar com uns textos antigos que tenho aqui, pode?
Bom, se não puder, avisem no post, ok?
Beijos!
Mar 20, 2008
Ele falava e falava e falava por horas e ela só conseguia ouvir "blabla não dá mais blablabla você não pode continuar assim blablabla essa não é a pessoa que eu conheci blablabla desse jeito não vamos continuar blablabla eu preciso de tempo e espaço blablabla você está me sufocando blablabla fazendo isto estou, finalmente, me sentindo leve blablabla eu te odeio blablabla reage, reage, porra blablabla faz alguma coisa da tua vida blablabla eu não tenho mais o que fazer por você blablabla lê aqueles livros blablabla faz as tabelas que eles indicaram blablabla vai rezar blablabla medita blablabla você é uma vagabunda blablabla idiota, é, idiota blablabla gorda, você está obesa, gorda e feia blablabla se cuida, ninguém te quer blablabla vai fazer exercício blablabla você tem condições blablabla só depende de você blablabla se for importante mesmo me procura blablabla tchau.
Chegou na terapia e disse: é o seguinte, eu não aguento mais ser eu; vamos dar um jeito nisso agora.
Repensando esta frase mais tarde, percebeu como foi patética e infantil.
Como ela, logo ela, não aguentava mais ser ela?E o que ela queria dizer com isso?
Ela não aguentava mais sua vidinha fútil - acordar, checar e-mails, ler, ver tv - checar mais e-mails, ver tv e dormir com a tv ligada.
Era, basicamente, a isso que sua vida se resumia.
E ela estava cansada disso.
Jogada no sofá, pensava em tudo o que havia deixado passar. Um grande amor, amigos, uma carreira brilhante numa multinacional, as chances de ter um filho - estava velha e cansada demais para tentar tudo isso agora.
Ela teve, sim, um grande amor. Era a pessoa certa. A única pessoa. Mas na hora errada. Porque ela, egoísta e perdida em seus problemas, lamúrias e lamentações, não percebeu quando ele estava indo. E ele tentou avisar. Muito.
Os amigos?Ela foi se isolando, se isolando, até que, aos poucos, eles foram parando de ligar, provavelmente pensando que ela não queria estar com eles, falar com eles ou algo parecido. Muito pelo contrário. Ela queria, sim. E precisava disso. Só não soube manifestar isso. E eles também foram embora.
Ela começou a se dedicar demais ao trabalho. Na falta de relacionamentos, o que se há de fazer? Mas acabou pirando. Mesmo, literalmente. E sugeriram que ela tirasse "férias prolongadas", por assim dizer. Foi internada, tomou tudo o que eles ofereceram. Acordava, tomava os remédios, dormia, acordava, tomava os remédios, dormia, acordava, tomava os remédios, dormia, acordava, tomava os remédios, dormia....
Assim foi por muito tempo. Mas como aquela personagem do Caio, ela se recuperou, de reergueu.
Mas agora estava, velha, cansada, envergonhada, humilhada, taxada de louca...e ela não conseguia fazer mais nada, simplesmente.
Mar 17, 2008
Andavam falando por aí que desse ano não passava, que agora eles casavam. e ela, no fundo, acreditava.
E ele dizia que, passando, a levava para onde quer que fosse. E ela acreditava.
Até que ele passou e foi. "Para procurar um lugar para ficar, sabe como é, não quero você em qualquer espelunca". E nunca mais voltou.
Não,isso não aconteceu de verdade. Ainda não. Mas Ana acordou tremendo, gelada, olhou para sua mão direita - a aliança ainda estava lá. Teve ânsia de ligar para ele, para saber se estava tudo bem, mas achou que era exagero. E voltou a dormir.
Ou, ao menos, tentou. Porque foi tudo tão real e essa história é tão velha quanto as historinhas que sua avó contava quando criança. E ela se desesperou, porque apostou tudo naquele relacionamento. Não, ela não deixou de viver a vida dela, mas ela não tinha uma profissão e acreditou piamente no que ele disse.
Mas...e se ele a abandonasse?O que ela faria?O que seria dela? O que pensariam dela? Uma moça, que não era mais moça, abandonada, antes mesmo do altar.
Meu Deus, como tinha sido burra!Era isso mesmo o que ele ia fazer. Como não pensou nisso antes?Ele andava nervoso, ansioso, preocupado, distante...provavelmente já tinha uma outra garota por lá.
E ela aqui, bordando o enxoval.
Ah, mas ele ia ver uma coisa. Ele ia aprender a nunca mais brincar com os sentimentos de ninguém, muito menos com os de uma moça de família, como ela era.
Não pensou duas vezes: subiu a escada, amarrou cuidadosamente o lenços onde estava bordado Haroldo e o enrolou em seu pescoço.
Pulo da escada e a única coisa que não ficou vermelha foi o nome do noivo, que estava bordado de azul royal, sua cor favorita.
"...Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhada entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?..."
Que eu acabei de misturar vários calmantes, tranquilizantes, relaxantes musculares, ansiolíticos e analgésicos.
E agora você resolve chegar para mim, depois de tudo o que aconteceu, e falar olhando na minha cara - que não entendia nada do que estava acontecendo - que eu não posso continuar agindo assim?
Quem você pensa que é para mandar assim em mim?Você paga minhas contas?Você sabe com quem eu ando, onde moro, meu telefone?
Não?
Então, não me venha com esse papo-furado de pseudo-intelectuais cabeças pensantes de que "você não deveria fazer isso, não faz bem à saúde".
FODA-SE.
É, com letras maiúsculas mesmo, porque eu não tô nem aí pro que você acha, pro que ele ou ela acham, pro que todos vocês que me olham agora como se eu fosse um bicho (e daí se eu for?) pensam!
Eu faço o que eu quiser e bem entender com essa droga da minha vida, até porque não tem mais jeito mesmo. E não comece com seu discurso moralista, que eu já sinto ânsia de vômito. Tá, podem ser os remédios, mas deveria ser você e o vômito deveria cair bem em cima desse seu conjuntinho chanel!
SRI LANKA, quem sabe? Ela me diz, morena e ferina, e eu respondo por que não? mas inabalável continua: você pode pelo menos mandar cartões-postais de lá, para que as pessoas pensem nossa, como é que ele foi parar em Sri Lanka, que cara louco esse, hein, e morram de saudade, não é isso que te importa? uma certa saudade: em Sri Lanka, brincando de Rimbaud, que nem foi tão longe, para que todos lamentem ai como ele era bonzinho e nós não lhe demos a dose suficiente de atenção para que ficasse aqui entre nós, palmeiras e abacaxis. Sem parar, abana-se com a capa do disco de Ângela enquanto fuma sem parar e bebe sem parar sua vodka nacional sem gelo nem limão. Quanto a mim, a voz rouca, fico por aqui comparecendo a atos públicos, entre uma e outra carreira, pixando muros contra usinas nucleares, em plena ressaca, um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder pagar essa poltrona de couro autêntico onde neste exato momento vossa reverendíssima assenta sua preciosa bunda e essa exótica mesinha de centro em junco indiano que apóia vossos fatigados pés descalços ao fim de mais uma semana de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. Mas tentamos tudo, eu digo, e ela diz que sim, claaaaaaaro, tentamos tudo, inclusive trepar, porque tantos livros emprestados, tantos filmes vistos juntos, tantos pontos de vista sócio político artístico filosófico existenciais e bababá em comum só podiam dar mesmo nisso: cama. Realmente tentamos, mas foi uma bosta. Que foi que aconteceu, eu pensava depois acendendo um cigarro no outro, e não queria lembrar mas não me saía da cabeça o teu pau murchos e os bicos do meus seios que nem sequer ficaram duros, pela primeira vez na vida, você disse, e eu acreditei, pela primeira vez na vida, eu disse, mas não sei se você acreditou. Quero dizer que sim, que acreditei, mas ela não pára, tanta tesão mental espiritual moral existencial e nenhuma física, e eu não queria aceitar que fosse isso: éramos diferentes, ai como éramos diferentes, éramos melhores, éramos mais, éramos superiores, éramos escolhidos, éramos vagamente sagrados, mas no final das contas os bicos dos meus peitos não endureceram e o teu pau não levantou, cultura demais mata o corpo da gente, cara, filmes demais, livros demais, palavras demais, só consegui te possuir me masturbando, tinha a biblioteca de Alexandria separando nossos corpos, enfiava fundo o dedo na buceta noite após noite pedindo mete fundo, coração, explode junto comigo, depois virava de bruços e chorava no travesseiro porque naquele tempo ainda tinha culpa nojo vergonha, mas agora tudo bem, o Relatório Hite liberou a punheta. Não que fosse amor de menos, você dizia depois, ao contrário, era amor demais, você acreditava mesmo nisso? Naquele bar infecto onde costumávamos afogar nossas impotências em baldes de lirismo juvenil, imbecil, e eu disse não, o que acontece é que como bons-intelectuais-pequeno-burgueses o teu negócio é homem e o meu é mulher, podíamos até formar um casal incrível, tipo aquela amante de Virginia Woolf, como era mesmo? Vita, Vita Sackville-West e o veado do marido, não se erice, queridinho, não tenho nada contra veados, me passa a vodka, o quê? e eu lá tenho grana pra comprar wyborowas? não tenho nada contra lésbicas, não tenho nada contra decadentes em geral, não tenho nada contra qualquer coisa que soe a: uma tentativa. Peço cigarro e ela me atira o maço na cara, com que joga um tijolo, ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, ,veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara. Podia ter dado certo entre a gente, ou não, afinal você naquele tempo ainda não tinha se decidido a dar a bunda, nem eu a lamber buceta, ai que gracinha nossos livrinhos de Marx, depois Marcuse, depois Reich, depois Castañeda, depois Laing embaixo do braço, aqueles sonhos colonizados nas cabecinhas idiotas, bolsas na Sorbonne, chás com Simone e Jean-Paul nos 50, em Paris; 60 em Londres ouvindo here comes the sun here comes the sun, little darling; 70 em Nova Iorque dançando disco-music no Studio 54; 80 a gente aqui, mastigando essa coisa porca sem conseguir engolir nem cuspir fora em esquecer esse gosto azedo na boca. Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação Cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço? Não é plágio do Pessoa, mas em cada canto do meu quarto tenho uma imagem de Buda, uma de mãe Oxum, outra de Jesuzinho, um pôster de Freud, às vezes acendo vela, faço reza, queimo incenso, tomo banho de arruda, jogo sal grosso nos cantos, não te peço solução nenhuma, você vai curtir os seus nativos de Sri Lanka depois me manda um cartão-postal contando qualquer coisa como ontem à noite, à beira do rio, deve haver um rio por lá, um rio lodoso, cheio de juncos sombrios, mas ontem na beira do rio, sem planejar nada, de repente, por acaso, encontrei um rapaz de tez azeitonada e olhos oblíquos que. Hein? claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, ,a questão é onde, ,não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhada entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo? Mato, não mato, atordôo minha sede com sapatinhos do Ferro’s Bar ou encho a cara sozinha aos sábados esperando o telefone tocar, e nunca toca, ouvindo samba-canção e blues com caipira de vodka, neste apartamento que pago com o suor do potencial criativo da bunda que dou oito horas diárias pra aquela multinacional fodida. Mas eu quero dizer, e ela me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca, me passa o cigarro, não estou desesperada, ,não mais do que sempre estive, não estou bêbada nem louca, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, não se preocupe, depois que você sair tomo banho frio, lente quente com mel de eucalipto e gin-seng, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a ban-chá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma? Passa devagar a tua mão na minha cabeça, no meu coração, eu tive tanto amor um dia, pára e pede, preciso tanto, tanto, tanto, bicho, não me permitiram, então estendo os dedos e ela fica subitamente pequenina apertada contra meu peito, perguntando se está mesmo muito feia e meio puta e muito velha e completamente bêbada, eu não tinha essas marcas em volta dos olhos, eu não tinha esses vincos em torno da boca, eu não tinha esse jeito de sapatão cansado, e eu repito que não, que está linda assim, desgrenhada e viva, ela pede que eu coloque uma música e escolho o Noturno número dois em mi bemol de Chopin, quero deixá-la assim, dormindo no escuro, sobre este sofá, ao lado das papoulas quase murchas, embalada pelo piano remoto como uma canção de ninar, mas ela se contrai violenta e peded que eu ponha Angela outra vez, então viro o disco, amor meu grande amor, caminhamos tontos até o banheiro onde sustento sua cabeça sobre a privada para que vomite, e sem querer vomito junto, ao mesmo tempo, os dois abraçados, bocas amargas, fragmentos azedos sobre as línguas, ela puxa a descarga e vai me empurrando para a porta, pedindo que me vá, e me expulsa para o corredor dizendo não esqueça então de mandar um cartão de Sri Lanka, aquele rio lodoso, aquela tez azeitonada, que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando. A chave gira na porta. Preciso me apoiar contra a parede para não cair. Atrás da madeira, misturada ao piano e à voz rouca de Angela, nem que eu rastejasse até o Leblon, consigo ouvi-la repetindo que tudo vai bem, tudo continua bem, tudo muito bem, tudo bem. Axé, axé, axé! eu digo e insisto, até o elevador chegar. Axé, odara!
[Caio Fernando Abreu]
Mar 14, 2008
Mais uma vez, você me surpreendeu.
Eu sabia que você ia ler, eu sabia que você ia sentir, eu achava até que fosse me procurar, mas nunca, nunca que você escrever tudo aquilo que você escreveu.
Meu arcanjo...eu nem sei dizer o que sinto por você, o que você representa para mim.
De uma coisa eu tenho certeza: não acredito em coincidências e sei que estamos ligados já há algum tempo, se é que você me entende.
Você nunca lerá isso - a não ser que eu fique famosa, porque aí todo mundo vai querer ler os absurdos que eu escrevo, nunca entendi isso muito bem - mas tenho certeza que você, nesse exato instante, está pensando em mim e deve estar se perguntando o motivo.
Nós dois sabemos, meu bem.
Nós dois. Quando você escreveu "sabe, lembrei do avião, de recife há o que, 2 anos? pois é... ...vc depois me disse que tava nesses baixos aí, embora estivéssemos, quando conversamos, a num sei quantos mil pés de altitude... (pensou nisso já?! anjo é das alturas mermo!! daí facilitou tudo pra vc)", você já sabia.
Como é que pode duas pessoas passarem apenas 5 dias na mesma cidade, irem aos mesmo lugares todos os dias e só se encontrarem na volta para casa? É porque era para ser assim. Eu tinha que te conhecer no céu, que era pra eu nunca duvidar de que você é meu anjo..Arcanjo, aliás.
Amo você demais. Desde muitas outras vidas já, mas isso tu já sabe.
Mar 13, 2008
Passei o dia, literalmente o dia, pensando no que escrever para vocês.
Vocês, queridos amigos, merecem mais do que um simples e-mail com justificativas que não convencem nem a mim, quanto mais a vocês, que devem estar magoados e/ou, no mínimo, esperando uma explicação.
Não sei bem se o que vou escrever agora é alguma explicação; ou se serve de consolo; ou para que vocês se conformem; ou me esqueçam de vez. Eu, particularmente, voto pela última opção, dadas as circunstâncias.
Tenho sido a pior das amigas. Mesmo. Não tenho vergonha de admitir, porque além de ter plena consciência disso, sei também que foram por circunstâncias alheias à minha vontade.
Também não vou entrar no mérito da questão. Quem sabe, sabe. Quem não sabe, só lamento.
Mas acho que todos aqui sabem.
O fato é que, entre altos e baixos, estou "nos baixos" de novo. e com força; e sendo arrastada e sendo sugada. Estou implorando por ajuda aos que me acompanham. Já pedi para ser internada diversas vezes e agora, finalmente, estão questionando essa possibilidade. Sei dos ´prós e dos contras, não sou completamente doida. Sei que isso vai arruinar qualquer pretensão que eu tenha de arranjar algum emprego um dia, muito menos o de Procuradora Federal que eu tanto desejei durante a faculdade e que há alguns meses vinha sonhando com ele de novo.
mas, nem tudo são flores, não é?
Estou descontrolada, mal-humorada, agressiva, impaciente, arrogante e todos os adjetivos ruins que vocês pensarem. E muitos outros que vocês não têm nem nunca terão idéia.
Não envio este e-mail para que vocês se preocupem, comecem a me ligar ou me procurar (até porque dificilmente vou atender), e muito menos sintam pena de mim.
Só quero que vocês saibam que nem por um instante esqueci de vocês. Esqueci o quanto os amo e o quanto vocês são importantes para mim.
A simples referência ao nome de vocês basta para alegrar o meu dia. Uma gargalhada solta, lembrando de algum momento bobo que dividimos.
Sei que já errei também. E aproveito aqui para pedir desculpas. Se foi nos últimos 2 anos, seria ótimo se vocês desconsiderassem, mas isso não cabe a mim. Falei o que nao devia, magoei muitas pessoas, exatamente como estou fazendo agora.
Resolvi que me isolar é a melhor solução.
Já resolvi isso uma vez; o problema foi que eu não avisei e acabei decepcionando pessoas a quem muito amava. E que até hoje não me perdoaram. Ou simplesmente perderam a confiança em mim. E quem não perderia, não é mesmo?
Eu marco e desmarco, juro que vou e não apareço, faço mil promessas e não cumpro...estou apenas pagando pelos erros que cometi. Não quero cometê-los de novo. Sei que me afastar não vai adiantar de nada, mas pelo menos não vou tratar ninguém mal. Pode ser que me afastando eu perca vocês de vez, mas acho que é um risco que vou ter que correr.
Já me disseram que amigo de verdade não vai embora. Tomara. Porque é assim que considero vocês.
Já disseram também que todo mundo tem problemas e que não devia ter vergonha de compartilhá-los com quem eu considero meus amigos. Verdade. Errei, errei feio. Mas eu simplesmente não sabia como chegar pra uma das pessoas mais racionais e objetivas que conheço dizendo que tô em depressão, que não tô mais feliz com minha vida e não sei o motivo. E, no fim das contas, acho que eu estava certa. Porque você apenas disse que realmente não entendia nada disso e nem acreditava nesse tipo de depressão.E desde então - e já faz mais de um ano - que eu tento me reaproximar. Mas as tentativas foram praticamente em vão. E eu ainda sofro com isso.
Sei que vou me recuperar. Tenho que acreditar nisso, para não pirar de vez. E eu estava bem até pouco tempo. Sei inclusive o que desencadeou essa recaída, mas quando percebi, já tinha ido.
Enfim.
Não quero mais tomar o tempo precioso de vocês.
Queria dizer que gostaria muito e intensamente de estar participando de suas vidas, alegrias e tristezas, problemas, soluções, amores e desamores, aprovações. Queria dar meu ombro amigo e meus ouvidos sempre que vocês precisarem. Eu volto e volto logo.
Mas, por enquanto, tenho que ir devagar. E o pouco tempo de lucidez e calma que tenho, estou dedicando à minha família e ao meu namorado; sempre que posso, a alguns de vocês também.
Baby steps.
E que Deus me ajude.
E abençôe todos vocês.
Amo demais. Não esqueçam isso nunca, por favor.
Sugeriram que eu escrevesse o que viesse à minha cabeça.
Mas são tantas coisas tristes, pensamentos deprimentes e afins, que prefiro deixá-los guardados aqui, enlouquecendo só a mim.
Feb 3, 2008
Com quem você pode contar de verdade?
Esse tema já foi debatido inúmeras vezes, em família, entre amigos, numa discussão casual. Mas pense durante 5 minutos e responda: com quem você pode verdadeiramente contar?Quem são seus amigos para todas as horas?
Desde pequena me ensinaram que amigos de verdade contamos na palma da mão; vejam bem, de uma mão só. Eu simplesmente não acreditava nem conseguia entender o porquê de uma frase dessas. Que maldade!Quer dizer então que, no fim das contas, com o monte de gente que conhecemos em nossas vidas, só teremos 5?
Ah, não!É injusto, é muito pouco. E aquela sua amiga que sempre divide o lanche com você? E aquele amigo que te ensinou a dedilhar? E aquela que descobria tudo sobre o menino de quem você gostava? E aquele que foi visitar você no hospital, quando você nasceu, lembra? E aquele que correu pelo pátio quando você voltou ao colégio? E aquela que só fala com você duas vezes no ano - aniversário das duas -, mas que é sagrado e dura horas? E toda aquela turma com que você saía na faculdade? E os amigos do tempo de colégio...aqueles com quem você viajava, você ria, você chorava?
Cadê eles, então?
Procurei agora e não consegui achar nem os tais cinco.
Tenho mais de 500 "amigos" no orkut e não tenho cinco pessoas para quem possa ligar agora e falar sobre qualquer coisa. Boa ou ruim.
Porque tem gente que subdivide e eu acho isso interessantíssimo: como é que se faz categorias de amigos?
Explicaram-me, um dia.
1 - Os amigos de farra: são, talvez, aqueles com quem você fale com maior freqüência, porque estão sempre combinando saídas ou falando sobre a noite passada;
2 - Os amigos de trabalho: o seu trabalho pode ser o mais legal do mundo, mas seu relacionamento com eles restringe-se aquele ambiente...quando muito, uma happy hour, uma festinha de aniversário, uma comemoração da empresa;
3 - Os amigos de faculdade: você os vê todos os dias, quase como os de trabalho, mas a diferença é que normalmente você cria vínculos com alguns, as chamadas "panelinhas" e faz tudo com eles. Trabalho de equipe, projeto de extensão, de pesquisa, cursos, palestras, seminários. Isso para não citar que eles se tornam uma extensão de você, o que quer dizer, nessa época, que você só sai se for com eles, só viaja com eles e coisas assim.
4 - Os amigos de colégio: é mais ou menos como os da faculdade, com a significativa diferença que vocês praticamente não saem, por razões óbvias. E, se saem, tem mil justificativas para dar previamente;
5 - Os amigos de infância:aqueles que foram te visitar no hospital, ou que são filhos dos amigos de seus pais e, por conseguinte, tornam-se sua grande companhia. Podem ser também aqueles do prédio, da rua, do bairro, da escola...o fato é que aqui, pode passar o tempo que for, eles te conhecem a vida inteira, independente da intensidade do contato hoje em dia.
E temos, finalmente, os amigos verdadeiros. Que podem fazer parte de qualquer um desses grupos, ou de nenhum, como em muitos casos. Pessoas isoladas, uma única pessoa que você teve mais afinidade durante um curso de línguas ou de culinária que você fez; ou aquele que você conheceu numa excursão para solteiros e, dentre tantas pessoas, é com ele que você mantém contato ainda hoje, 15 anos depois. Exemplos apenas.
Há várias pessoas no mundo que eu amo - no mundo mesmo, espalhados por aí - e muitas delas nem sabem disso. Mas, por uma ou outra razão, por maior que seja o carinho, a admiração, amor até, não posso considerá-los amigos. Não são pessoas com quem eu possa contar de verdade.
Tirando meus pais e minha irmã, quando penso em amigo penso em...é, escrevi, escrevi, tive tempo para rever toda a minha lista de e-mail e do orkut e ainda assim não sei bem a quem chamar de amigo.
Muitos nomes vieram à minha cabeça, pelo que já fomos, pelo que sinto por eles. Mas será que agora ainda pode ser assim?
Feb 2, 2008
" e agora eu vou chamar aqui não apenas uma blogueirinha, mas uma verdadeira poeta, que já me deu o prazer de ler alguns de seus belíssimos textos e que, com certeza, daqui a uns 10 anos, eu vou poder dizer com muito orgulho que fiz parte do início dessa carreira linda!"
Ou algo assim.
" Put your stairs and keep going up, up to the sky!"
Te amo, Tuzinho. Só tu mesmo pra confiar tanto em Clarice.